terça-feira, 13 de dezembro de 2016

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Carnaval e Espíritos


O Carnaval é uma festa religiosa, é o misto dos dias sagrados de Afrodita e Dionísios, vem coroado de pâmpanos [ramos de videira] e cheirando a luxúria. As mulheres entregam-se; os homens abrem-se; os

instrumentos rugem; estes três dias ardentes, coruscantes são como uma enorme sangria na congestão dos maus instintos.

[RIO, João do. Cordões. In: A alma encantadora das ruas: crônicas. São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 127, com adição]

O Folião Redimido

A cidade, regorgitante, era um pandemônio. (...)

Trabalhadores do nosso plano diligenciavam atendimentos a pessoas encarnadas (...); urgências para recém-desencarnados em pugnas decorrentes da ingestão de bebidas alcoólicas, de desvarios sexuais, das interferências subjugadoras de seres obsidentes...

(...) (...) Subitamente fui colhido por uma surpresa, que me tomou de emoção feliz.

Vislumbrei um diligente cooperador que me fazia recordar célebre poeta e compositor, cujas músicas populares foram-me familiares quando na Terra.

Circunspecto, atendia, gentil, no seu labor, sem alarde, nem afetação, ao trabalho que lhe fora confiado.

Acerquei-me e indaguei-lhe o nome, confirmando a suspeita quanto à sua personalidade.

Sem qualquer indelicadeza inquiri, para minha própria aprendizagem, como conciliava a sua atitude de ex-sambista, vinculando às ações do Carnaval, com a atual, longe do bulício festivo em trabalhos de socorro ao próximo? O amigo assumiu uma posição meditativa e, sem ressentimento, respondeu:

- Enquanto, na Terra, (...) Sem resistências morais, resvalei, não poucas vezes, carpindo, na soledade e na fuga pelos alcoólicos e drogas outras, o tormento que me não deixava.

Amei muito, certamente que um amor desconcertante, aturdido, que passeava pelos bares de má fama e cabarets, sorvendo toda taça de aflições (...).

A desencarnação colheu-me a vida física ainda jovem.

Despertei sob maior soma de amarguras, com fortes vinculações aos ambientes sórdidos, pelos quais transitara em largas aflições.

(...) As muitas composições pessoais e aquelas em parceria, no entanto, inspiravam e despertavam ternura, retratando situações e acontecimentos do coração, que provocam emoções positivas...

(...) a minha memória gerou simpatias e a mensagem das músicas provocou amizades, graças a cujo recurso fui alcançado pela Misericórdia Divina, que me recambiou para outros sítios de tratamento e renovação, onde despertei para realidades novas.

Passei a compreender as finalidades superiores da vida, que eu malbaratara, descobrindo, porém, que é sempre tempo de recomeçar e de agir, iniciando, desde então, a composição de outros sambas ao compasso de bem, com as melodias da esperança e os ritmos da paz, numa Vila de amor infinito...

O Carnaval, para mim, é passado de dor e a caridade, hoje, é-me festa de todo dia, qual primavera que surge após inverno demorado, sombrio.

Calou-se e sorriu algo triste, para logo concluir:

- Apesar da noite vitoriosa, o dia de luz sempre triunfa e o bem soberano tudo conquista...

Abracei-o, reconhecido, e fui-me adiante a meditar nos apontamentos vivos que acabara de recolher.

(Trecho de FRANCO, Divaldo Pereira; pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Nas Fronteiras da Loucura, Salvador: LEAL, 1982, cap. 6, pp 51 a 56. Obs.: O título desse trecho foi adicionado aqui).

Nossa hipótese diz que o “Espírito Folião Redimido” é Noel Rosa (1910-1937), desencarnado aos 26 anos de tuberculose. A palavra Vila, que aparece no texto, possivelmente é uma analogia ao bairro carioca de Vila Isabel, berço de Noel e bastante citado em suas composições.

O Espírito Noel Rosa deixou canções, através de médiuns, que exaltam, dentre outras coisas, Deus e a cidade do Rio de Janeiro.

O samba não é pecado, se nasce do coração

Jesus nasceu festejado, no meio de uma canção

Um Rio belo e risonho, canto ainda a serenata

em tuas noites de sonho, em tuas noites de prata.

(Espírito Noel Rosa através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, jan. 1963).


A Triste História de um Carnaval que não teve Fim
 (...) Há criaturas que possuem o dom de convencer.

Peixoto de tal parecia ser uma delas. Com a simples fantasia de “pirata”, fazia mais sucesso que os arlequins e as rainhas-de-sabá. Certamente não era a mais rica, nem a mais original. Era mesmo o dono, quem “valorizava” a veste: chegou, brincou e convenceu. Convenceu mesmo.

Um olho tapado, à guisa de Almirante Nelson, espada em punho, saltava, duelava, suava, cantava e... convencia!

À saída do baile os comentários foram unânimes:
- “O Peixoto é o maior, hein?”

Na noite seguinte ele não apareceu.

A turma o esperava, certa de que todos teriam a repetição do entretenimento; decepcionaram-se com a ausência.

- “Amanhã será o último dia, Peixoto tem que vir!”

Combinaram e foram à casa dele.

Sentia-se indisposto e, por isso, não fora. E continuava sem vontade de ir. Não era doença não, era mesmo uma vontade esquisita de não ir.

A “boa turma” tanto fez que Peixoto cedeu.
Afinal... se era indispensável... Animou-se e foi.

Antes houvesse atendido àquela voz estranha
que o aconselhava no recôndito da consciência:

- “Não vá, Peixoto, não vá!”

Ele mesmo nem ficou sabendo disso.

Na última noite momesca, Peixoto estava exuberante,  habilidoso, perfeito, inexcedível!

O baile caminhava para marcar o fim do carnaval.
“Aproveita que é hoje só!”

Poucos pares se aguentavam de pé, mas o pirata Peixoto estava firme no seu papel, sempre admirado, sempre lisonjeado. Enfim, a marcha final!
Acabou-se o baile! Cessaram todos de pular. Todos. Todos, disse eu?

Quase todos, porque o pirata Peixoto continuava
a representação.

Acharam graça. No princípio. Meia hora depois, prosseguindo o seu próprio carnaval, os que restavam do grupo começaram a estranhar. Levaram Peixoto para casa. Esgrimindo sempre; sempre perfeito, sempre inexcedível.

No dia seguinte, tiveram a notícia. Ele dormira, mas, mal acordado, na quarta-feira de cinzas, retomara imediatamente a espada de madeira, recomeçando a batalha.

Tornara-se o pirata Peixoto presa de autêntica subjugação.
A medicina o classificou como louco.

Para ele o carnaval só teve fim, quando desencarnou. Isto, aos olhos dos mortais, porque “do outro lado”, continuou, por muito tempo ainda, a batalha invencível, o baile infernal!

(Trecho de BASTOS, Demétrio Pável. A Voz do Coração. Juiz de Fora-MG:
Instituto Maria Departamento Editorial, 1986, pp. 111 a 114)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Jardim de Espíritos - Comunidade no Facebook


Há um consenso entre todos os espiritualistas de que os últimos tempos são chegados, e que vivenciamos o início desse fim.

Não se trata, porém, do escatológico "fim do mundo", mas sim o final de uma Era, de um estágio evolutivo do próprio planeta Terra.

Profecias diversas foram escritas há séculos, inclusive as que estão no Apocalipse, e hoje vemos com mais intensidade a evolução desses fatos. 

E essa preparação para o fim da Era começou há alguns séculos, desde a Reforma Protestante, que iniciou o final da Era de Trevas imposta pela Igreja secular, trazendo o Iluminismo; passando pela Revolução Industrial, que trouxe o fim do sistema feudal; pela Revolução Francesa, que derrubou a obscuridade remanescente da Idade Média; pelo avanço da Ciência que levou luz a fatos obscuros e crendices; pelo advento do Espiritismo, na decodificação de Allan Kardec, que foi uma época repleta de fenômenos místicos e aparições, que vieram exatamente para se chamar a atenção da existência do Mundo Espiritual. 

Chegamos ao Século XX com as forças das Trevas se manifestando em sua maior potência, em ações desesperadas para refrear a evolução do próprio orbe planetário em que habitamos.

Hoje, nos dias atuais que se seguem, vemos e vivenciamos situações que estão levando a sociedade e as nações ao caos, pois que as Trevas investem desesperadamente seus últimos recursos para corromper e derrubar a maior parcela possível da Humanidade. A Terra está se tornando um Mundo de Regeneração, tendo a sua energia vibratória transmutada, e todos aqueles Espíritos (encarnados e desencarnados) que não se adequarem a essa nova vibração energética, serão retirados deste orbe e enviados a mundos em estágios inferiores ao qual se encontra hoje o nosso planeta. Pois, se não aprende pelo Amor, aprenderá pela Dor. E o Amor, a Força Divina Sublimada, foi ensinado por muitos Espíritos missionários que desceram à Terra para nos mostrar o passos fundamentais para se trilhar no Caminho da Luz, sendo o maior destes missionários Jesus Cristo, o Regente do nosso planeta e de todo o nosso sistema solar. 

Após dois mil anos, e sempre sendo reforçado por outros missionários sublimes que encarnaram para não deixar esquecer os ensinamentos e mostrar como se faz, muitos de nós ainda insistem em caminhar na escuridão, entregando-se a paixões torpes, desdenhando da consciência e agradando sempre o Ego adoentado.

Precisamos cultivar um jardim florido em nossa Alma, espalhar flores, frutos e sementes de Amor por onde passarmos. 

Precisamos ser a Luz nas Trevas. 

Precisamos ser a mudança que o mundo precisa.

Façamos o Bem e escolhamos aprender pelo Amor.

Entre e fique à vontade. A sua presença aqui é como o orvalho que refresca e dessedenta a terra seca e maltratada.

Para participar da comunidade, acesse o link: https://www.facebook.com/jardimdespiritos

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Imagens na Umbanda

Imagens na Umbanda

Isto caracteriza idolatria?

Essa é uma das principais dúvidas dos umbandistas, e um dos pontos em que mais somos criticados.

Por isso esclareçamos: a Umbanda não adora imagens, pois sabe perfeitamente que são apenas objetos confeccionados pelas mãos de artesãos ou fabricantes de artigos religiosos. Idolatrar significa reconhecer em uma imagem a própria divindade, atribuindo a ela poderes sobrenaturais. Nenhum umbandista esclarecido acredita que uma imagem tenha vida própria, e se as mantém em seus Congares (Altares), é por mera veneração, respeito e para ter alguma fonte de inspiração, quando precisam se concentrar para entrar em sintonia com a vibração dos Orixás ou Guias Espirituais.

No atual estágio evolutivo em que o homem se encontra, é extremamente difícil para ele abstrair totalmente os seus pensamentos, precisando de modelos materiais que lhes ajudem a "plasmar", no campo mental, as suas manifestações de fé. As imagens, mesmo que bastante imprecisas, conforme atestam inúmeros videntes, atingem de certa forma este objetivo, ajudando os fiéis a contatar Jesus, a Mãe Santíssima, os Luminares, e os seus Mentores Espirituais, nas suas preces e durante os trabalhos espirituais, ou mesmo no ato de fazer uma simples oração. Isso, aliás, não ocorre apenas na Umbanda: no catolicismo, no budismo, no hinduísmo e até mesmo no Kardecismo, haja vista que muitos centros mantêm nas paredes retratos de Jesus, Bezerra de Menezes, André Luiz etc. Não seriam estas gravuras também imagens religiosas? E nos Templos Evangélicos, não existem representações de cruzes, passagens da Bíblia ou da própria Bíblia?

"Retirai a trave que obscurece teus próprios olhos, antes de enxergar o cisco nos olhos alheios" - Jesus de Nazaré.

Retirado do site do C. E. Urubatã

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Xangô

5º Raio – Harmonia e Justiça – XANGÔ / IANSÃ

O poder que enfeixa esse Orixá traduz-se na balança da justiça que ele usa com discernimento e propriedade, a fim de dirimir, punir faltosos e reconhecer méritos daqueles que os têm. Sendo agente direto do carma, sua propensão é trazer equilíbrio às ações humanas, auxiliado por Iansã, cuja sentença é: Ciência e Determinação.

Xangô é o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de atuação é a razão, despertando nos seres o senso de equilíbrio e equidade, já que só conscientizando e despertando para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir contínuo.

Na linha elemental da Justiça, ígnea por excelência, ele se polariza com Iansã, equilibradora e cumpridora da Lei.

A presença do Orixá Xangô na vida dos seres realiza o equilíbrio e com seu fogo elétrico implanta a razão como fonte de discernimento harmonioso face a evolução.

Xangô é a força que segura e defende os seres, à luz da misericórdia divina. A Justiça personificada por Xangô tem como escopo equilibrar os seres debaixo das Leis Divinas, para o que este Orixá se coloca como pedra de segurança e defesa dos filhos de Deus que aceitem a busca do crescimento e da vivência do amor.

Como Ogum, também Xangô se manifesta nos diversos campos naturais, em busca dos seres para equilibrá-los justificá-los, à luz da Lei de Deus. Assim vejamos os nomes místicos que assumem os Mensageiros de Xangôs, quando vibrados pela presença desse grande Orixás nos diversos campos naturais:

1 – No Ar = Xangô Alafim (Nos Campos de Oxalá)

2 – Na Água Salgada = Xangô Marinho (Nos Campos de Iemanjá)

3 – No Fogo = Xangô Djacutá (Nos campos de Ogum e Ibeji)

4 – Nas Matas = Xangô 7 Montanhas (Nos Campos de Oxossi e Ossãe)

5 – No Fogo Elétrico = Xangô Kaô (Nos Campos do próprio Xangô e Iansã)

6 – Na Água Doce = Xangô das Cachoeiras (No Campo de Oxum e Oxumare)

7 – Na Terra = Xangô Agodô (Nos Campos de Obaluayê/Nanã)

Meu pai Xangô, o senhor que é rei da justiça, olhai a todos que imploram a vossa proteção e a vossa bênção. Que do alto de sua pedreira nos mandeis a faísca de um raio luminoso, a fim de podermos tratar com serenidade e com a mais pura justiça os nossos semelhantes.

Faça valer sempre a vontade Divina, purifique minha alma nas águas de sua cachoeira. Se errei, conceda-me a luz do perdão. Faça de seu peito largo e forte meu escudo para que os olhos de meus inimigos não me encontrem. Permita, Pai, que eles não atinjam meu corpo nem minha alma.

Empresta-me sua força de guerreiro para combater a injustiça e a cobiça. Que eu não faça e nem sofra injustiças.

Clamo, Pai, para que a justiça divina seja feita para todo o sempre. Proteja-me, senhor do fogo e da vida, para que não me falte a coragem, a alegria de viver, a fé e a caridade.

Ó senhor do machado sagrado! Peço que o meu coração seja puro e que tenha a força das rochas que sempre estão sobre o seu domínio. Abençoe-me, grande Orixá, ensina-me a ser bom e justo, instruí-me a amar meus semelhantes tanto quanto Pai Oxalá me ama.

Conceda-me a graça de receber sua luz e sua proteção.

Minha devoção te ofereço!

Kaô Xangô, Kaô!
 
Fonte: Cabana do Caboclo Rompe-Mato, SP.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Umbanda, Religião de Transformação Interior

Umbanda, Religião de Transformação Interior.

Estamos vivendo, no Planeta Terra, o princípio de momentos já sobejamente anunciados pela maioria das Religiões, através de seus instrutores espirituais, tendo em vista a sua próxima evolução para Planeta de Regeneração, saindo da etapa, necessária, mas difícil, de planeta de purgação.

As religiões surgem aos borbotões, eivadas dessa miscelânea já falada. Religiões planejadas pelo mundo espiritual, como faróis de alerta e chamada à regeneração. Infelizmente, contudo, a mistura da ignorância, da vaidade e interesses psico emocionais de

pseudos Dirigentes Religiosos, combinados com a ação de elementos das sombras buscam desvirtuar suas verdadeiras funções, integrando nelas o sentimentalismo, a busca de valores irreais, ilusórios e mundanos, na busca de bens puramente materiais. A

semente da superstição e da crendice é lançada, aproveitando-se desse momento de busca do socorro, pela ânsia de algo que, muitas vezes, nem esses irmãos o sabem, mantendo-se numa situação de atraso e perdição.

Depois de conhecer, passar e experienciar religiões como a Católica, o Candomblé, o “Umbandomblé”, o Espiritismo kardecista, gostaria de falar de acordo com a visão da Umbanda conforme praticada no Cruzeiro da Luz, ou seja da Umbanda Espírita Cristã, e ensinada pelo Caboclo Ventania de Aruanda. Religião é religação com Deus, e não posso compreender agrupamentos,

ditos religiosos, onde imperam apenas a vaidade, o egoísmo, a exterioridade e a invencionice, fantasias sem respaldo científico religioso, que só prendem seus adeptos à ignorância e ao vazio, estagnando-os nos seus processos de evolução pela reforma íntima e mudança de valores à luz do Evangelho de Jesus.

Sim, a Umbanda é uma religião que pode e deve levar seus adeptos a uma verdadeira ascensão espiritual. Infelizmente, tendo em vista seu caráter universalista e livre, a mesma é utilizada pelos “Sacerdotes” de plantão para, usando seu nome, preencherem seus interesses egóicos, transformando Centros de Umbanda em verdadeiros Circos onde o que fala mais alto são os aplausos da plateia que devem encher seus ambientes circenses, para satisfazer os seus egos, nem que para isso necessitem denegrir casas coirmãs ou se colocarem, enganosamente, acima das demais casas umbandistas. Sim, infelizmente a ação as sombras utilizando o nome da Umbanda pululam por aí. Como ser uma religião se não religar o homem com Deus? Como posso dirigir e praticar uma religião apenas oferecendo “ilusões” de curas, soluções materiais a partir de barganhas e retiradas de encostos e cargas, quando a espiritualidade nos fala constantemente pelos livres da codificação e da ciência espírita que nós

somos os responsáveis pelas aventuras e desventuras e que a solução não está fora, mas no nosso interior. A cura é interna pela mudança de valores mentais e reforma íntima, como prega Jesus e muito nos fala Kardec: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pelo esforço que o mesmo empreende pela sua reforma íntima”.

Hoje se fala e se discute, inutilmente, sobre codificação, e etc... Ora, em vez dessas discussões vazias busquemos limpar a Umbanda de fantasias, de exotismos e esoterismos inventados pelas mentes fantasiosas de pessoas e grupos. Não que tenha nada contra o esoterismo em si, que é uma forma filosófica que pode ser bem útil, quando ligada a valores científicos e ascensionais.

A verdade é que, depois de algum tempo, tudo isso vai perdendo a consistência, e as pessoas vão enveredando por caminhos cada vez mais absurdos e exóticos, como vejo ocorrer com Casas Espíritas e Umbandistas, que se esquecendo da evangelização e esclarecimento doutrinário, como missão da chamada para a reforma interior como principal caminho da cura e debelação dos males e sofrimento, vão se adentrando em tipos e estereótipos técnicos e esotéricos, que levam as pessoas a ficarem na exterioridade e não a entrarem em si para se autoconcientizarem de seus valores de espíritos imortais a caminho da Casa do Pai.

Isto, como já falei, está ocorrendo, como uma ação das sombras neste momento tão sério para o Planeta, em todos os moldes religiosos. Quanto a isso gostaria de transcrever texto do médico espírita Alírio de Cerqueira Filho, em seu livro “Terra – Um Mundo de Regeneração e Você, da Ed. Espiritizar:

“Jesus diz no Evangelho: Quando, pois, virdes que a abominação que causa desolação, de que falou o Profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê entenda).

O abominável está no fato de, nesses lugares, em vez de, verdadeiramente, se falar do amor, da transformação interior pelo esforço do bem, se vem falando de Deus e de Jesus, mas com o fim de se auferir proventos financeiros. Isso não é, de fato, uma das coisas mais abomináveis que se pode fazer? É a essa triste realidade que Jesus se refere ao falar das falsas igrejas cristãs que comercializam as coisas sagradas. A atitude é francamente prática abominável e se configura num dos indícios preconizados do final dos tempos.

Essa reflexão é válida para muitos Centros que se dizem espíritas, mas que de espiritismo não tem nada. Em muitos deles se pratica o mediunismo mistificado, com promessas de cura dos males físicos e mentais, em nome de Jesus e de outros benfeitores. A desolação que isto causa é ainda mais abominável do que as praticadas nas igrejas pseudocristãs, porque efetivada por pessoas que teoricamente, ao menos, têm conhecimento de que a Doutrina Espírita é o Consolador prometido por Jesus.”

Diz Allan Kardec que “Toda religião que não torna o homem melhor, não atinge o seu objetivo”.

O Caboclo das Sete Encruzilhadas, Espírito Luminar fundador da Religião de umbanda no Brasil, assim se expressava, em 1908, profetizando:

"A Umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade, honestidade e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que irão se vender e que serão, mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo.”

Essa condução religiosa sem a ciência da fé e a chama da reforma interior, única fonte de cura real de nossos males e tristezas, leva os frequentadores a uma estagnação infantilizada da busca de culpados por seus males no exterior, projetando suas fugas em acusações, maledicências, fofocas, voando, como baratas, de Centros em Centros sempre os acusando de fracos ou “fajutos”, precisamente porque não querem ou não foram, o que é triste, conduzidos a essa interioridade religiosa de encontro com o Cristo interno que leva a autoconsciência de sua realidade em demanda da reforma intima e, portanto, da cura dos males que os afligem. É o momento da verdadeira conversão, ou seja, volta para si onde se encontra a essência espiritual, onde Deus aguarda o ser para completa-lo e enriquecê-lo. Nesse momento se vai descobrir que aquele que vai solucionar seus problemas, curar seus males e abri-lo para a paz e alegria é o próprio nesse encontro com Jesus, nunca “pais de santo” “guias” ou “gurus”. Somos responsáveis por nossos destinos e só nós podemos mudá-lo. Nada nem ninguém pode nos atingir ou solucionar nossas dores sem o nosso consentimento ou concurso.

A necessidade de preenchimentos egóicos de seus interesses materiais (financeiros) ou carenciais face a suas frustrações e vazios emocionais, levam a uma corrida ou para apresentar ensinamentos complicados, esdrúxulos e “cabalísticos” que impressionam os fracos ou então a encherem as Casas ditas umbandistas com fantasias, crendices e superstições primárias em nome do “eró”(segredo) que não existe, só na estória da carochinha.

O que termina por ocorrer é que irmão, aqueles que têm mais sentido intelectual, por pensar e refletir, ou que buscam na Umbanda uma religião séria que os ajude a entender a vida em sua dependência ecaminhada para Deus, face ao sofrimento e a morte, se decepcionem abandonando a religião de Umbanda, pois essa religião, como lhe foi apresentada, falta raiz

espiritual que lhes diga: tudo passa, Deus é a meta, a reforma íntima e evangélica é o meio, e os rituais religiosos só têm sentido se lhes leva ao enraizamentoe aumento de valores ascendentes e espirituais, e não um convite à vaidade, às crendices e fantasias, pois, mais cedo ou mais tarde, pela lei natural, se descobrirá tratar-se, tudo isso, de quimeras infantis que não

mudam as vidas, nem materialmente, que é a primeira busca dos não esclarecidos; e nem espiritualmente, o que deveria ser a missão principal da religião.

Jamais seria umbandista se acreditasse ser a Umbanda um grupo de pessoas voltadas apenas a esoterismos vãos e fantasistas, ditas mediúnicas, que só aprisiona à ignorância e à superstição, como ocorria com nossos antepassados que ainda não conheciam a ciência mediúnica, a existência das energias e fluidos criadores, mantenedores e transformadores no Universo.

O Templo Espiritualista do Cruzeiro da Luz quer ser um Templo, ao lado de outros Templos sérios, que aponte, dentro do movimento Umbandista, participando do ideal do Caboclo das Sete Encruzilhadas, o caminho da evolução, da vida sadia, sem medo e sem superstições.

Onde os rituais simples, como simples é Deus e os amigos espirituais, encantem aos olhos do espírito, e não aos olhos da matéria ou dos egos, que preencham os corações, encontrando uma correspondência na simplicidade das Leis Cósmicas Universais.

Mediunidade não é teatro. Essa coisa horrível do trabalho mediúnico sem estudo, ou com os chamados “estudos esotéricos”, sem respaldo científico doutrinário espiritualista, onde a ânima do médium acaba se sobressaindo à comunicação espiritual, leva a médiuns (principalmente na Umbanda) a se obrigarem a verdadeiras encenações para arrancar a admiração e “aplausos” de uma assistência infantilizada religiosamente pela falta de esclarecimento e evangelização, preenchendo o ego e a necessidade de auto afirmação de “Dirigentes” e Médiuns”.

Não, o Cruzeiro da Luz não se preocupa com a quantidade de assistidos ou de médiuns em sua Corrente. Lá não é e nem será jamais um circo, e sua corrente mediúnica nunca será preparada, ou “adestrada”, para apresentação circense, ilusória, mas

sim para o exercício do sacerdócio com Jesus, em parceria com os Benfeitores Espirituais, que ensina, que cura e que conduz à religação com o Pai Amantíssimo.

O Cruzeiro da Luz, como vários outros Templos Umbandistas sérios, preocupa-se em dar àqueles que nos procuram o melhor que temos, e busca formar seus médiuns como cidadãos sérios, amadurecidos no estudo e no trabalho, para serem, sem fantasias e crendices, bons intermediários e companheiros de trabalho para os Guias e Mentores, que vêm, sacrificialmente, contribuir para o aperfeiçoamento e melhoria da humanidade.

Como diz o Caboclo Ventania: “... a Corrente do Cruzeiro da Luz não precisa de muitos médiuns, mas de médiuns sérios, maduros e bem preparados”.

Pai Valdo (Sacerdote Dirigente do T. E. do Cruzeiro da Luz)

quarta-feira, 16 de julho de 2014

O ROSÁRIO DE MARIA

O ROSÁRIO DE MARIA

A palavra Rosário significa 'Coroa de Rosas'. A Virgem Maria revelou a muitas pessoas que cada vez que rezam uma Ave Maria lhe é entregue uma rosa e por cada Rosário completo lhe é entregue uma coroa de rosas. A rosa é a rainha das flores, sendo assim o Rosário a rosa de todas as devoções e, portanto, a mais importante.

Santo Rosário é considerado a oração perfeita porque junto com ele está a majestosa história de nossa salvação. Com o rosário, meditamos os mistérios de gozo, de dor e de glória de Jesus e Maria. É uma oração simples, humilde como Maria. É uma oração que podemos fazer com ela, a Mãe de Deus. Com o Ave Maria a convidamos a rezar por nós. A Virgem sempre nos dá o que pedimos. Ela une sua oração à nossa. Portanto, esta é mais poderosa, porque Maria recebe o que ela pede, Jesus nunca diz não ao que sua mãe lhe pede. Em cada uma de suas aparições, nos convida a rezar o Rosário como uma arma poderosa contra o maligno, para nos trazer a verdadeira paz.
 
O Rosário é composto de dois elementos: oração mental e oração verbal.

No Santo Rosário a oração mental é a meditação sobre os principais mistérios ou episódios da vida, morte e glória de Jesus Cristo e de sua Santíssima Mãe.

A oração verbal consiste em recitar quinze dezenas (Rosário completo) ou cinco dezenas do Ave Maria, cada dezena iniciada por um Pai Nosso, enquanto meditamos sobre os mistério do Rosário.

A Comunidade Cristã recebeu o Rosário em sua forma atual em 1214 de uma forma milagrosa: quando a Virgem apareceu a Santo Domingo e o entregou como uma arma poderosa para a conversão dos hereges e outros pecadores daquele tempo. Desde então sua devoção se propagou rapidamente em todo o mundo com incríveis e milagrosos resultados.
 
Fonte: Cabana Caboclo Rompe-Mato, SP.
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