quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Fundamentos da Quartinha

Fundamentos da Quartinha

A Umbanda tem sua ritualística própria e dentro das suas peculiaridades está o ritual das Quartinhas.
Ao chegar num Terreiro é muito comum avistar na entrada, sobre o piso ou sobre o portal da entrada, uma QUARTINHA, que significa que o espaço é  Sagrado e tem a faculdade de mostrar à primeira vista que se trata de um local de ritual religioso.
O termo QUARTINHA se refere a um recipiente de barro, usado para acondicionar líquidos com capacidade de 250 ml a meio litro.  É um dos utensílios indispensáveis nos cultos afro-brasileiros, sendo usado na maioria dos assentamentos e na obtenção dos AXÉS.
Existe um costume praticamente esquecido pela maioria dos Terreiros, pelo qual, quando o filho da casa ou um visitante chega ao Terreiro, se despacha a água da QUARTINHA e coloca-se água nova na mesma.  Com essa ação, entende-se que a água está transmutando as energias, dando uma purificação ao ato.
Antigamente, as quartinhas eram de barro, pois a lou­ça era um artigo raro e caro, ina­cessível às classes menos favorecidas. Panelas, vasos, tigelas, canecos, e ou­­tros utensílios feitos de bar­­ro cozido, eram comuns e de uso cotidiano, não só pe­­los in­dígenas, uma vez que os co­­lo­­nizadores mais po­bres tam­bém usa­vam uten­sílios de bar­ro cozido. Eram os vasi­lhames e uten­sílios mais po­pulares e mais baratos na­quela época.
Hoje, quando você tem os mesmos utensílios em lou­ça, pode usá-los à vontade. Até porque as quartinhas de barro precisam passar por um envernizamento externo e por um revestimento oleoso in­terno, para que a água ou outra bebida colocada dentro dela não seja absorvida pelo barro e, sob temperaturas elevadas, evapore completamente.
A importância da água: é um fator preponderante na Umbanda. A água tem o poder de absorver, acumular ou descarregar qualquer vibração, seja benéfica ou maléfica.
A água poderá concentrar uma vibração positiva ou negativa, dependendo do seu emprego. Ao se rezar para uma pessoa com um copo de água do lado, todo o malefício, toda a vibração negativa dela passará para a água do copo, tornando-a embaciada; caso não haja mal algum, a água fica fluidificada. Nunca se deve acender vela para o Anjo da Guarda sem ter um copo de água do lado.
A água que se apanha na cachoeira é água batida nas pedras, nas quais vibra, crepita e livra-se de todas as impurezas, assim como a água do mar, batida contra as rochas e as areias da praia, também acontece o mesmo, por isso nunca se apanha água do mar quando o mesmo está sem ondas.
A água da chuva, quando cai é benéfica, pura, depois de cair no chão, torna-se pesada, pois, atrai as vibrações negativas do local. A importância da água pode ser traduzida numa única palavra: “VIDA”!
As águas utilizadas para descarrego, têm fundamento parecido com a fumaça, sendo que a fumaça carrega as energias consigo similar ao vento, e a água absorve estas energias.
As águas em copos nas obrigações significam energia vital, e nos copos juntos às velas de Anjo da Guarda ou atrás das portas de entrada, têm a finalidade de atrair para si as energias que por ali passam, atraídas pela Luz ou passando pela porta. Os copos de águas utilizados para estes fins (Anjo da guarda ou atrás das portas) devem ser descarregados pelo menos de 7 em 7 dias, pois senão fiarão saturadas e perderão seu poder de absorção. Esta descarga deve ser feita em água corrente (na pia com a torneira aberta, por exemplo). Pois simboliza movimento, necessário para transportar as energias absorvidas por ela.
Na Umbanda, a água é um dos elementos naturais mais receptivos com uma energia altamente condutora, ela é utilizada nas quartinhas, nos copos de firmeza dos Anjos de Guarda, no batismo, em muitos rituais da Umbanda e principalmente pelos  Guias Espirituais nos momentos onde há necessidade de realizar grande limpeza, purificação e energização de nosso corpo  astral e de nossa casa, afinal existem cargas e  energias maléficas que somente esse elemento natural é capaz de desfazer, limpar e equilibrar.
Ao desincorporar um ORIXÁ, a água da QUARTINHA proporcionará ao médium uma calma salutar após o transe espiritual.
As QUARTINHAS servem de imã espiritual para o médium, tanto o lado bom ou ruim que lhe desejam ou que assimila durante os trabalhos, nas giras ou simplesmente no que acontece diariamente.  Todos os fluidos são absorvidos pelas energias constantes da água contida nas QUARTINHAS.
Uma quartinha é algo pessoal e não deve ser manipulado por mais ninguém além do seu dono e só de­ve conter suas vi­bra­ções. Deve se cuidar da quartinha como se cuida da própria alma. É como se fosse sua essência e tivesse um pouquinho da  essência  da sua alma.
Além do mais, caso a quartinha fique nas dependências do Templo que a pessoa freqüenta, várias coi­sas podem influir sobre ela e ele tais como demandas, etc...
Na abertura da gira, existem regras, condutas que são seguidas conforme determinação do Mentor Espiritual da Casa. Para abertura da gira é necessário defumação, Hino da Umbanda, corimbas, pontos cantados  e riscados, firmezas, etc...
O terreiro só consegue desenvolver suas atividades se tiver como objetivo maior dar assistência aos necessitados que procuram para receber ajuda seja física, espiritual e às vezes psicológica.
É de suma importância a energia e sustentação da abertura da gira e para tanto é necessário que seja seguida a doutrina e tradição da religião, que tem sua forma de louvar, rezar, cantar, saudar, reverenciar, defumar... 

Fonte: http://www.tutc.org/index.php/boletins-informativos/99-quatinha.html

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

8 DE DEZEMBRO – DIA DE HOMENAGEM AO ORIXÁ OXUM

Ora iêiê ô! Saravá Oxum!”

Quando falamos de Oxum, falamos em Amor, pois Oxum é o próprio Amor de Deus em ação, e logo nos vem em mente uma mãe amorosa.

A Orixá Oxum é a regente magnética irradiante da linha do Amor e atua na vida dos seres estimulando em cada um os sentimentos de amor, harmonia, concórdia, fraternidade e união.

Mãe Senhora das concepções, está presente em todas as formas de vida e agregações que compõem os mundos...

Oxum atua no ser humano através do amor, representados pelas águas puras e cristalinas que caem e seguem seu curso, é a lágrima incontida nos momentos de provação, pois através das lágrimas libertamos nossa emoção negativa que nos magoa, angustia e nos sufoca e assim podemos continuar nossa caminhada. São dela os fluidos curadores do astral que agem sobre os espíritos arrependidos dos erros do passado.

Oxum é dona do Campo de Força da Natureza os Rios e Cachoeiras, é fonte de energias purificadoras. São as águas doces, águas dos rios, dos poços e minas que fornecem, de forma mais acentuada, a projeção da vibração desse Orixá do Amor.

É conhecida como uma mãe afetuosa que ampara seus filhos com seus fluidos regeneradores, através das quedas de água ela libera esses fluidos regenerando e equilibrando seus filhos.

Na queda das águas há uma libertação de energia e na queda de uma alma também há uma libertação de energia através dos sentimentos e ações que a fizeram cair. Quando percebemos essa queda nos desesperamos e muitas das vezes choramos. Eis aí a força cósmica de Oxum agindo sobre os sentimentos humanos sob forma de lágrimas purificadoras. Quem conhece Oxum não se torna árido porque sabe que as lágrimas são o remédio mais eficaz na purificação dos fluidos negativos, por isso alguns dizem que as cachoeiras são as lágrimas de Deus para nos purificar.

Toda vez que uma cachoeira é devastada o planeta adoece, pois uma fonte natural de purificação e energização é destruída.

As pessoas que são regidas por Oxum são chamadas a aprimorarem suas sensibilidades, tornando-se dóceis, muito amigas e equilibradas nas emoções afetivas.

Na Umbanda seu dia da semana é no Sábado, sua cor é o azul e sua saudação é “Ora iêiê ô!”, que significa “Salve Mãezinha”.

Isso e muito mais é Oxum, é o Orixá do amor, da prosperidade e da beleza, é a padroeira da gestação e da fecundidade, é responsável pelas uniões amorosas e financeiras e pela purificação e fortalecimento do nosso espírito e energização de nosso corpo.
ORAÇÃO A MAMÃE OXUM

Quando entro na cachoeira minhas lágrimas irão rolar, sair o meu pranto para que toda a minha dor Mamãe Oxum possa levar.

Leva Mamãe as minhas mágoas, sofrimento, tristezas, angústias e decepções que estão sufocando o meu peito, me faltando o ar.

Na corredeira de suas águas doces e límpidas, leva para bem longe e transforme em gotas de ouro o meu sofrer em paz.

No meu coração mamãe sele e cicatrize todas as feridas da minha alma. Energize meu espírito imortal, traga acalanto para meu corpo, abençõe senhora do amor e proteja com seu manto minha coroa divina e meus pensamentos.

Que seu mistério vivo e mineral, Mamãe serena, faça com que eu me torne uma pessoa mais compreensiva, serena, dedicada, pura, esperançosa, alegre e digna de poder receber sua misericórdia de amor todos os dias.

ORA IÊIÊ Ô MAMÃE OXUM!
 
Fonte: Cabana Ogum Rompe-mato, SP.
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