No
Rio de Janeiro o dia 23 de abril é feriado estadual em comemoração ao
“Santo Guerreiro”, data de seu falecimento. O Governador do Estado do
Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, instituiu o feriado Estadual pela Lei nº
5198, em 05 de março de 2008. Sendo publicado em 03 de junho do mesmo
ano, pelo projeto de Lei nº 339/2007.
O
Dia de São Jorge é celebrado por várias nações para quem São Jorge é o
santo patrono. Entre os países que comemoram a data, destacam-se o Reino
Unido, Portugal, Geórgia, Catalunha, Bulgária e pelos goranis. No Reino
Unido, o Dia de São Jorge é também o Dia Nacional. O Dia de São Jorge é
também comemorado localmente em Newfoundland (Canadá) e em Adis Abeba
(pela Igreja Copta Ortodoxa Etíope).
São
Jorge (275 - 23 de abril de 303) foi, de acordo com a tradição, um
padre e soldado romano no exército do imperador Diocleciano, venerado
como mártir cristão. Na hagiografia, São Jorge é um dos santos mais
venerados no catolicismo (tanto na Igreja Católica Romana e na Igreja
Ortodoxa como também na Comunhão Anglicana). Também é venerado em
diversos cultos das religiões afro-brasileiras, onde é sincretizado na
forma de Ogum. É imortalizado no conto em que mata o dragão e também é
um dos Catorze santos auxiliares. Considerado como um dos mais
proeminentes santos militares, sua memória é celebrada dia 23 de abril
como também em 3 de novembro, quando, por toda parte, se comemora a
reconstrução da igreja dedicada a ele na Lida (Israel), onde se
encontram suas relíquias, erguida a mando do imperador romano
Constantino I.
A História
Jorge
de Anicii nasceu no ano de 280 d.c na antiga Capadócia, região do
sudeste da Anatólia, que atualmente faz parte da República da Turquia.
Ainda criança mudou-se para a Palestina com a sua mãe, logo após seu
pai, um Oficial do Exército Imperial, morrer em campo de batalha. Sua
família era de nobres e possuíam muitos bens.
Ao
atingir a adolescência, Jorge entrou para a carreira militar, e por ser
corajoso e combativo, logo foi promovido a Capitão do Exército Romano.
Mais
tarde o Imperador Diocleciano, lhe conferiu o título de Conde da
Capadócia. Aos 23 anos passou a residir na Corte Imperial de Roma,
exercendo a função de Tribuno Militar. Nesse tempo sua mãe faleceu, e
Jorge herdando todas as riquezas.
O
Imperador Diocleciano e o Governador Daciano, desencadearam uma
terrível perseguição contra os Cristãos, com tanta fúria que, em apenas
um mês, mais de 17.000 foram martirizados, e muitos outros foram
perseguidos e forçados pelas torturas, a renegar a sua fé em Jesus
Cristo. Jorge que tinha sangue azul, afligido pelas barbaridades,
renunciou a carreira militar.
Jorge
distribuiu todos os seus bens aos pobres e vestindo-se como os Cristãos
foi as ruas e passou a falar frases como, "Os deuses pagãos são
demônios, o único Deus verdadeiro, é Jesus Cristo". A ousadia de Jorge
chegou aos ouvidos do Governador Daciano, um cruel perseguidor de
cristãos, que tomado pela ira chamou Jorge e perguntou: "Com que direito
chamas os nossos deuses de demônios?, quem és tu?, de onde és tu? e em
nome de quem está dizendo isto?, e Jorge respondeu assim: "Eu me chamo
Jorge de Anicii, sou um nobre da Capadócia, e com a ajuda de Cristo
conquistei as terras da Palestina, mas renunciei a tudo que me foi dado,
meus títulos e cargos que possuía, para sem honras e riquezas servir a
meu Deus".
O
Imperador tentou convence-lo a renegar a sua fé em Jesus, mas não tendo
êxito ordenou as seguintes torturas: O Colocaram em um cavalete de
madeira, e teve seus braços e pernas dilacerados com garfos de ferro, e
depois mandou cobrir todas as suas feridas com sal. Mas Tudo em vão,
Jorge mantinha-se firme, e a cada vitória sobre as torturas ia
convertendo mais e mais soldados.
O
Imperador mandou chamar o mais temido feiticeiro para acabar com a vida
de Jorge. Irônico o feiticeiro falou: "Se eu não conseguir acabar com
esse Cristão, que eu perca a minha cabeça". Ele misturou veneno com
vinho e deu pra Jorge beber. O Jovem fez o sinal da Cruz, bebeu o vinho e
nada lhe aconteceu, o feiticeiro preparou uma dose ainda mais forte,
Jorge novamente fez o sinal da Cruz, bebeu o vinho e continuava vivo,
espantado o feiticeiro ajoelhou-se aos pés de Jorge e implorou para ser
convertido ao Cristianismo, Jorge o fez, e logo depois foi decapitado.
Depois
de ser torturado durante todo o dia, chegando à noite, o Senhor Deus
rodeado de uma Luz Divina, apareceu e consolou Jorge com doces palavras,
que o deixou tão confortável, que nem parecia ter sido torturado. O
Imperador vendo que, com ameaças e torturas não conseguiria nada, mudou
de plano, e o tentou com fortunas e recompensas. Mas Jorge sorrindo
respondeu: "Porque em vez de me torturar, não me dissestes estas coisas
no inicio? Aqui me tens disposto a fazer o que me propõem". O Imperador
não se deu conta da tática de Jorge. Diocleciano ordenou que toda a
cidade fosse enfeitada, mandou convocar o povo para assistir aos
sacrifícios que Jorge por fim iria oferecer aos ídolos romanos.
No
dia previsto para o grande acontecimento, a multidão curiosa e com
grande expectativa, lotou o templo no qual Jorge iria adorar
publicamente os deuses romanos. Na hora marcada, Jorge entrou no templo,
ajoelhou-se e pediu ao Senhor Deus para converter todo o povo dentro do
templo, e pediu que Deus destruísse todas as estátuas, de maneira que
não ficasse nenhum vestígio delas. Acabando sua oração desceu dos céus
uma rajada de fogo que reduziu as cinzas todas às imagens. Logo que a
multidão presente correu para fora do templo, Jorge saiu mansamente, e
de novo fez suas preces, e depois de alguns segundos a terra se abriu e
engoliu todo o templo, não ficando o menor vestígio de sua existência.
Sabendo
do ocorrido, o Imperador disse a Jorge: "És o mais abominável dos
homens, como é possível tamanha ousadia, a ponto de cometeres um crime
tão horrível?". Enfurecido e vendo que Jorge não renegaria a sua fé em
Jesus Cristo, mandou que ele fosse arrastado de cavalo por toda a
cidade, e depois decapitado. Jorge ao perceber que tinha chegado há sua
hora, elevou os olhos ao céu e pediu a Deus que, a partir daquele
momento, todos que pedissem seu socorro fossem atendidos, e lá do alto,
em resposta a prece do grande Mártir, ouviu-se a voz de Deus concedendo o
pedido: "Quem rogasse pela ajuda de São Jorge seria atendido". Depois
disso a sentença se cumpriu. São Jorge foi decapitado no dia 23 de abril
de 303 d.c em Nicomédia. Seus restos mortais foram transportados para
Lida (Antiga Dióspolis), hoje Israel.
A
quantidade de milagres atribuídos a São Jorge é imensa. Segundo a
tradição, ele defende e favorece a todos os que a ele recorrem com fé e
devoção, vencendo batalhas e demandas, questões complicadas,
perseguições, injustiças, disputas e desentendimentos. São Jorge
Guerreiro da fé, foi Soldado, Capitão e Conde, por nada no mundo deixou o
amor e a fé em Jesus Cristo, a quem sempre acreditou e confiou. Salve
Jorge da Capadócia!
Fonte: Boletim eletrônico informativo da Cabana Caboclo Rompe Mato, SP.
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