quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Jesus e a Umbanda

O CRISTO

O Cristo simboliza o ponto em que Deus e o Homem se tornam um só. É o símbolo da união divina. Neste ponto o homem está completamente livre da prisão da matéria e da roda das sucessivas reencarnações. Cristo e Buda possuem o mesmo significado filosófico. Sendo que um surgiu nos extremos orientais hindus e o outro entre os místicos hebreus, que pregavam o Merkabah (carruagem) que era a carruagem que levava o homem ao encontro de Deus.

O Judaísmo sempre foi muito complexo e em sua sociedade existem várias escolas, pregando as mais diversas filosofias. Cada grupo influenciado por várias outras correntes da palestina: Mitraismo, Zoroastrismo, Osiris, Horus, Helenismo, Romanismo, Hinduismo, Gnostico, etc. Havia também os que pregavam a aplicação literal das escrituras. Entre estas escolas estão os Essênios, fariseus e saduceus. Cada grupo deste subdivido em vários outros subgrupos. Cada um pregando uma forma de conduta, da mais permissiva às mais revolucionarias.

Havia nas escrituras uma referência a um Cristo, um Messias, pregado nas profecias de Daniel e de Isaias. Sobre a figura deste mítico Messias pairavam as mais diversas especulações: para uns seria um líder revolucionário que livraria os Judeus do jugo de seus inimigos Romanos e governaria o Reino de Israel de forma Justa. Para outros tratava-se de um líder místico, o Buda Judaico. Provavelmente, os Cristãos Primitivos nasceram desta idéia, de acordo com os Manuscritos de Qunram. Desta escola eram os Essênios e suas variantes: Hassidins, Terapeutas, Zelotes, etc.

Havia grupos que também acreditavam no meio termo: O Cristo Místico e o Messias Revolucionário, um rei-sacerdote, que livraria Israel de seus inimigos pela força. Indícios nos levam a crer que o Homem que ganhou o nome de Jesus, o filho do homem, de acordo com o profeta Daniel, foi um líder místico de uma destas escolas e que desagradou às tendências judaicas mais permissivas e mancomunadas com os Romanos, além do próprio governo romano.

O Homem (Jesus) é o Cristo por excelência para nós, pois é o Governador do Planeta Terra, o Logos Planetário, Espírito Puro, já chegado à condição crística, unindo-se ao Seu Deus e Criador e cooperando com Ele na obra da criação, manutenção e transformação.

De acordo com os ensinamentos de Jesus, o Homem pode se tornar um filho de Deus, como o Cristo ou o Logos (o Verbo) Gnóstico. O Filho de Deus é o Grau máximo da União Divina, que é a verdadeira natureza da condição humana. Por isso está escrito que Tomé (o gêmeo) perguntou a Jesus como conhecer o caminho para também ser uno com Deus, ele respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ( verbo indicando que ele já está ao lado do Pai) ao Pai a não ser por mim. Isso quer dizer que o comportamento justo, digno, humanitário e social é o caminho da união com Deus. Esse mesmo caminho que tantas filosofias religiosas sérias pregam. Como a Umbanda, o Budismo, Hinduismo, etc... Não é a religião que leva ao Pai e sim o comportamento, a postura humana que eleva o ser humano.

Na Umbanda, a figura do Cristo místico, uno com o Pai, com toda sua bagagem filosófica cristã, é base essencial de sua Doutrina. Jesus é, para o Umbandista, o Filho de Deus, que como Governador, Cristo Planetário da Terra, derrama de Suas mãos amorosas as 07 Vibrações Sagradas e Divinas, com suas regências e hierarquias. Ele, o Senhor Jesus Cristo reflete diretamente sua Luz sobre a Vibração Eólica, que irradia a Fé e a Religiosidade no nosso Planeta. Não se deve confundir Oxalá, regente da Vibração Eólica da Fé, com Jesus, o Cristo Senhor, Divino Senhor da Luz, por isso muitas vezes também chamado de Divino Oxalá. Oxalá é o Orixá do ar e está presente em toda parte. A condição humana a que Oxalá está ligado é a sabedoria, a paciência, a paternidade. O nome Oxalá significa literalmente Senhor do Branco. Jesus e Oxalá não são a mesma Entidade. Enquanto um é a irradiação do Trono Divino da Fé para o Planeta Terra,  Jesus é o Cristo Cósmico, o Verbo de Deus, Governador do Planeta e Logos Planetário da Terra. Sendo, abaixo de Deus, o Senhor Absoluto do nosso Planeta e de todos os espíritos encarnados e desencarnados aqui existentes, conduzindo-os pelos patamares da evolução.

Sua encarnação na Terra como Jesus de Nazaré visou precisamente nos ajudar na subida dessa íngreme escada evolutiva em direção da felicidade suprema em Deus. Por isso o nosso Cristo, em Jesus de Nazaré, tornou-se nosso Mestre Divino.

A importância da filosofia cristã para a Umbanda é fundamental e está na base de suas raízes, pois nos leva ao amor e respeito a Deus, à natureza e ao semelhante, bem como a ajuda ao próximo. Atributos essenciais para o bem viver social. Isso é o que permite que, apesar da imensa variedade de vivências e formas de entender e trabalhar na umbanda, nenhuma delas perde o essencial, que une todas em torno da sua finalidade, que é a sua essência: Caridade, equilíbrio, fraternidade e paz da religião.

Na Umbanda, religião espiritualista por natureza, Jesus é o Mestre espiritual, nosso modelo de espírito consciente de suas responsabilidades e deveres para com o bem comum. É o símbolo vivo, dinâmico da espiritualidade, e sua presença na Umbanda é vital para conhecermos o caminho, a verdade e a vida, através de sua filosofia deixada e encontrada facilmente nos Evangelhos. A Umbanda não é Catolicismo, mas é Cristã, já que a figura de Cristo é essencial aos nossos ideais espirituais de trabalho.

Jesus é o Mestre Maior do umbandista que está sempre no alto do Congá, olhando nossos trabalhos, nos ajudando e se deixando ver, para que saibamos que não estamos sozinhos e desassistidos da ajuda divina e que nossa missão é apresentar a todos a pessoa de Jesus e a Sua mensagem evangélica.

Pai Valdo (Sacerdote Dirigente do T. E. do Cruzeiro da Luz)

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...