"Os três dias de Momo são integralmente destinados ao levantamento das máscaras com que todo sujeito sai à rua nos demais dias do ano. "Estudando as origens do Carnaval soubemos que essa festa está repleta de sentimentos atávicos inferiores quanto ao comportamento social. A começar pelo próprio nome. Alguns dizem que é fruto de um termo latino que significa “a carne nada vale”, pois que se trata de uma celebração que antecede sobretudo a Semana Santa, período em que seguindo as tradições do catolicismo se deve abster do consumo de carne vermelha (em respeito ao corpo de Cristo). Porém a ‘carne’ em questão é a humana, que é consumida nessa época dentro do contexto da satisfação dos prazeres materiais, ou seja, carnais, de acordo com a errônea idéia popular que diz ‘ser fraca a carne’.
(Espírito Humberto de Campos através do médium Francisco Cândido Xavier, em Novas Mensagens)
Outros símbolos carnavalescos confirmam tal fato. O Rei Momo, por exemplo, é uma versão moderna da personificação do deus romano Baco, o qual desde aquele tempo era apresentado como sendo um homem obeso vaticinando fartura às colheitas. Também era a alegoria de outros excessos como a gula. O adjetivo ‘gordo’ foi então usado para designar alguns dias do festejo, como Domingo e Terça-Feira Gordas, simbolizando também as orgias “gastro-sexuais” dos bacanais.
Baco (1618-19), de Peter Paul Rubens. |
Mômos ou Momus era o nome do deus romano da burla, do sarcasmo e da sátira (inclusive na literatura) e era personificado usando uma máscara e levando à mão um boneco simbolizando a loucura.
No Brasil, o consumo de álcool, drogas, a prática de diversos crimes e sexo irresponsável são incentivados e praticados durante o Carnaval mais do que em qualquer outra época do ano. Não somos contra o uso de preservativos, longe disso, porém a mais segura prevenção é a boa conduta perante o sexo. Há também o assustador número de acidentes automobilísticos nas rodovias, maior parte dos casos produzido pela bebida.
Apesar de toda sofisticação, o Carnaval de hoje continua carregando o primitivismo bárbaro do antigo Entrudo, quando pessoas atiravam nas outras pedras na falta de frutas e na ausência de farinha, cal (que nos olhos pode cegar). Felizmente, como todo comportamento que não acompanha a evolução ética e moral planetária, aos poucos se extinguirá.
Não cabe a nós julgar, proibir ou censurar, mas apenas dar bons conselhos, dos quais os principais são: salvaguardar e não desacompanhar os menores de idade, ser respeitoso e responsável quanto ao sexo, evitar abusos ao álcool, não usar drogas e respeitar o próximo.
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