sexta-feira, 24 de junho de 2011

O Plano Astral, Parte 2 - Série Carlos Torres Pastorino

MATÉRIA ASTRAL

Uma vez compreendida a situação do plano astral em relação aos demais planos vibratórios, focalizemos nossa atenção na matéria de que é ele constituído em si mesmo. Embora seja muito difícil explicar aquilo de que não temos conhecimento profundo e exaustivo - como é o caso do astral - tentaremos expor o que nos foi dado compreender até hoje, ressalvando, porém, que não dogmatizamos: expomos o que percebemos até hoje; talvez amanhã tenhamos que modificar nosso ponto de vista, se nos chegarem, com segurança, novos dados a respeito. Mas, o que até hoje conseguimos pesquisar foi o que se segue:

A primeira impressão que temos, é que a matéria astral é constituída de ENERGIA, em diversos graus: desde seu estado mais degradado, até suas freqüências mais elevadas. Essa energia é sustentada e alimentada, em nosso planeta, pelo SOL, que nos envia ininterruptamente irradiações de diversas espécies, algumas já descobertas e classificadas pela ciência oculta e pelos hindus e espiritualistas. Embora pela teoria do campo unificado tudo seja UM, podemos didaticamente distinguir, nas irradiações solares, várias correntes, que alimentam as várias faixas (de que conhecemos somente a parte mais grosseira de cada uma), e que citamos sem ordem:

I - Eletricidade e Magnetismo
II - Luz (cores)
III - Som
IV - Calor
V - Gravitação (movimento)


Todas essas energias agem nos planos físico, etérico, astral o mental, em tipos de onda adaptáveis aos veículos, através dos quais se manifestam. Mas constituem, em si mesmas, matéria (que assim denominamos por falta de outro termo), que tem existência própria e age ativamente no plano físico. A VIDA é propriedade do espírito, não da energia. Mas para o espírito poder manifestar- se em planos mais densos, necessita condensar-se em energia.

Para melhor compreensão do que dizemos, tomemos como exemplo o que ocorre no corpo humano.

Neste, encontramos a matéria densa, inerte e obediente ao comando da energia. E esta se manifesta, no corpo humano, em dois planos: o astral propriamente dito, e o físico. Por ai descobrimos como ocorrem as coisas: o astral divide-se em duas partes distintas mas complementares, para conseguir a plenitude de sua ação.

A parte física do plano astral constitui o sistema nervoso, desde os neurônios cerebrais (aptos a sofrer influência do plano mental) até as mínimas fibras nervosas (aptas a receber influência da matéria densa), e todas têm a finalidade de transmitir e receber sensações.

Firmemos, entretanto, desde logo, o principio básico e definitivo: OS NERVOS NADA SENTEM: APENAS TRANSMITEM SENSAÇÕES. Os nervos transmitem: quem sente é o espírito consciente. E é esse espírito consciente que dá as ordens obedecidas pelo físico, através do sistema nervoso. Então, observemos: a matéria nervosa é a condensação intermediária da matéria astral, a fim de possibilitar, por esse meio, o controle da matéria grosseira, pela mais fluídica matéria astral. Resumindo, pois: a) matéria astral bem fluídica; b) matéria astral meio condensada (nervos); c) matéria astral condensada ao máximo (corpo físico-denso). Como essa matéria astral no corpo humano é a que melhor conhecemos, analisemola.

Em seu papel de transmissores, os nervos assumem importância capital em relação ao espírito (eu atual) e ao seu veiculo mais grosseiro: todo e qualquer contacto com o mundo externo é feito através dos nervos.

Para isso, o espírito construiu para si um veículo com cinco janelas, através das quais poderá receber as impressões do mundo ambiente, a fim de julgar e decidir o que mais lhe convém fazer em cada circunstância. Os nervos adaptaram suas pontas (extremidades) para recolher as diversas vibrações exteriores, e as comunicam ao espírito. Assim nasceram aquelas sensibilidades a que denominamos sentidos eferentes ou perceptivos:

1 - OLHOS, em que os nervos se adaptaram, tornando-se cones e bastonetes espalhados na retina, para perceber as sensações luminosas em todas as suas gradações coloridas,dentro de uma faixa vibratória;

2 - OUVIDOS, com a adaptação especial em “cordas”, no caracol, para registrar os sons e ruídos, dentro de uma escala de 16 a 32.000 vibrações por segundo;

3 - BOCA, com a formação de papilas gustativas, a fim de distinguir os sabores doce, salgado, acre, amargo e azedo, recebendo, ainda, as sensações calóricas;

4 - NARIZ, onde se espalham as pontas nervosas com a finalidade de diferençar os diversos odores; e

5 - TATO, em que os nervos se espalham por toda a superfície do corpo físico, para serem impressionados pelas ondas calóricas, especializando-se mais em certas zonas, a fim de reconhecer a dureza, a aspereza, a forma, o volume, etc., dos corpos que chegam a contato com o corpo.

Todas essas formações nervosas são especializadas em perceber e transmitir o que recebem ao espírito, embora os nervos, em si, nada sintam pois, como matéria, são insensíveis: quem sente é o espírito.

Para isso, os nervos transmitem as impressões que os ferem, ao cérebro, e o cérebro as passa à mente, e esta as faz repercutir no espírito. Da mesma forma, tudo aquilo que o espírito deseja realizar no corpo físico ou através dele - ele, o espírito, que está em ligação fluídica com o cérebro, influencia as diversas zonas cerebrais, e estas comandam os cinco sentidos aferentes ou ativos, por intermédio,também, do sistema nervoso. Aqui, como lá, o modus faciendi é bastante complexo, embora possamos dividi-los em setores:

1 - AÇÃO, por intermédio das mãos, com habilidades definidas e de imensa variedade, sobretudo depois que o espírito conseguiu plasmar a oposição do polegar;

2 - LOCOMOÇÃO, por meio das pernas e pés, pela qual o espírito conduz o corpo para os locais desejados;

3 - EXPRESSÃO, em que utiliza o aparelho fonador (laringe, cordas vocais, boca, nariz, língua) criando sons variadíssimos, com os quais expressa suas idéias, em sinais sonoros convencionais (palavras) de acordo com a tradição do local onde reencarna;

4 - REPRODUÇÃO da espécie, por meio dos órgãos especializados, de tão grande influência sobre o próprio indivíduo que, de acordo com a parte da reprodução escolhida pelo espírito para ai mesmo, a criatura se distinguirá em “homem” (órgãos ativos ou doadores) ou “mulher” (órgãos passivos ou receptores);

5 - LIMPEZA ou catarse do corpo físico, por intermédio dos sentidos excretores,cada um especializado em sua função, em seu lugar próprio. Assim encontramos cinco tipos principais que funcionam globalmente no corpo (sem entrarmos na minúcia da excreção de cada célula):

a) a pele, que elimina as impurezas da superfície, pela expulsão de sais, por meio do suor e da leve respiração através dos poros;

b) os pulmões, que expelem o anidrido carbônico produzido pela hematose, onde se queimam as impurezas do corpo etérico, recolhidas ao sangue;

c) as glândulas lacrimais, que têm a função de manter úmido o globo ocular para limpeza de poeira, e que faz a catarse dos fluidos pesados do corpo astral, após emoções violentas, alegres ou tristes;

d) o intestino, que expele pelo ânus a matéria sólida nociva e os restos inúteis, sobras do que foi aproveitado;

e) os rins, que lançam fora, pela uretra, após a destilação, a parte do que não mais serve ao corpo.

Notemos, porém, que dos dez sentidos (cinco aderentes e cinco coerentes só estão inteiramente sujeitos ao controle do espírito consciente, as mãos, os pés e o aparelho fonador; os outros sete apenas em parte lhe estão sujeitos à direção, pois em sua quase totalidade, se tornaram automáticos e instintivos, libertos da ação da vontade consciente atual, e obedientes à mente subconsciente.

O Plano Astral
do livro "Técnicas da Mediunidade", 
de Carlos Torres Pastorino, 1969.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...