segunda-feira, 20 de junho de 2011

Pombagiras & Exus

Ilustração de Jo Chen.

Vamos começar a entender esse mistério pegando pela sua função. Se observarmos, seja onde for, os Exus e Pombagiras são os guardiões, aqueles que estão na porta de entrada, no portão, guardando e zelando pelos locais sagrados, seja no terreiro, seja no campo santo, etc. Outra função em que todos concordam é de que eles são conduzidos, subordinados aos orixás, que são os agentes kármicos, e que são os grandes responsáveis pela manipulação da matéria, e assim senhores da magia, sem eles não se pode fazer nada.

Com essas funções seria possível pensarmos em seres demoníacos? Você entregaria o cuidado de sua casa para aquele que é o chefe da quadrilha de ladrões? Você aceitaria que um bandido guardasse seu filho? Você deixaria que aquele que infringe a lei maior assumisse a responsabilidade de guardar teu lar?

Se nós que somos tão imperfeitos jamais aceitaríamos algo assim, como pode Deus, os Orixás e os grandes Guias da Umbanda, necessitar de fazer acordos com aquele que representa o lado oposto de tudo que pregam e lutam? Deus daria a chave do céu, dos seus locais sagrados a aquele que um dia quis tomar seu lugar (mitologicamente falando)?

Será possível acreditar que quem tomará conta de um local que existe para fazer a caridade, para elevar a moralidade e ascender espíritos rumo ao caminho de luz de Jesus, seja cuidado e guardado por aquele que combate e odeia o amor e a caridade, aquele que apenas se felicita com o mal?

A resposta a essas perguntas por esses que não compreendem o verdadeiro Exu é de que enquanto pagarem e agradarem aquele Exu ele cuidará de seu terreiro, que só acontecerá alguma coisa se ele não fizer direitinho o que eles pedem. Isso não te lembra a máfia, o crime organizado o tráfico de drogas que pede pedágio para os comerciantes de algumas regiões para não serem assaltados? E se alguém pagar mais, eles continuam fiéis? Deus precisa disso para proteger alguém ou algum lugar? E onde fica a vibração, o orai e vigiai? Você não escolheria alguém mais confiável, mais fiel entre seus soldados para guardar tua família?

Ficando claro que é impossível racionalmente entender Exu e Pombagira como uma entidade malévola, por ser contrário ao próprio princípio de sua existência, passamos a entendê-los melhor.

São os Exus e Pombagiras que vão resgatar nos abismos os nossos irmãos que estão vagando pelo vale de trevas e sombras. São eles que vão enfrentar os sacerdotes do sub-mundo astral, para que parem de praticar atos contra a Lei Maior. São eles que freiam as atividades do baixo astral. São eles que aprisionam e começam a educação dos espíritos afeitos à maldade. São eles que convivem nas sombras (Umbral) e trevas para salvar, resgatar, irmãos que a espiritualidade maior decide.

São aqueles que seguindo a máxima divina que Deus ama a todos de igual forma, abrem mão de sua possibilidade de habitarem paragens mais leves, e optam por estarem entre os mais necessitados, aqueles a quem ninguém quer por perto para exercerem o amor de Deus. São aqueles em que a lei divina encontra instrumento para a sua execução.

Assim nossos queridos Exus e Pombagiras são espíritos extremamente elevados espiritualmente, podem nunca mais precisar reencarnar, poderiam optar em estar em outros mundos muito mais evoluídos e livres de tanto mal, mas por amor, por servidão a Lei de Deus, a Lei de Umbanda, optaram em salvar esses espíritos desgarrados.

Exus e Pombagiras são autônomos entre si, não estão subordinados e podem estar prontos para qualquer trabalho. Existem alguns tipos de demandas mais fáceis para uns e outros para outros. O Exu representa o masculino, a força universal masculina e a Pombagira a força universal feminina. Essa é a diferença entre os dois agentes mágicos.

Exu e Pombagira, aqueles que caminham na luz mesmo estando nas sombras.

Laroiê Exu! Exu é Mojubá!

(Texto extraido do site do T.U.L.A.P.) - via Flecha de Luz.

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